"También somos lo
que hemos perdido".
( in Amores Perros)
A vivência fragmentada, brutal e inteligente é
a que nos traz mais esperança. Sem lugares comuns a felicidade chega rude,
intensa e repleta de energia. E, nas vidas anónimas encontram-se as mesmas
coisas que não foram nas nossas vidas, mostra-se, a vulnerabilidade e
complexidade da existência humana. Somos feitos também do que não conseguimos e
isto não nos faz render, faz-nos entreter, cria vários momentos de avanços e
retrocessos. De busca. Quem procura tem a coragem de se reinventar, de se
desvincular para ter encontros que mudem para sempre as nossas vidas.
El
Chivo, personagem ( vagabundo ) do filme “ Amores Perros” foi feliz, a partir
do dia em que resgatou ) cofi ( cão) para o tratar e curar, esta
relação com o animal devolveu-lhe o afecto e o instinto que precisava para
deixar de matar a soldo e voltar á família. Uma apaixonada decisão nos limites
da liberdade e longe, muito longe, do murmurado ” quase me tocas”, ”quase te
toco”. Na violência pode faltar muita coisa, menos um golpe de asa. Este filme
lembra isso.
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