“ Gratidão, essa história com nomes maiores”
Lisboa. Quinta-feira. Se me
perguntarem o que é a gratidão, vou chamar, Simmel, que a
definiu como a “ memória moral da humanidade”.
Pode ser que um dia, alguém ainda sem nome, faça esta fotografia e que
nela aponte todos os lugares, em que, nos apresentámos e que fomos mais
felizes. Quando, uma palavra me remete mais ao silêncio, vou buscá-la ao latim,
fico com a ideia que a tive mais tempo. Foi assim com a gratidão, diz-se, “ gratia”
o equivalente a agradável .
Era a altura de escrever, o que não tinha dito
sobre o mundo dos outros e o meu, lembrei-me
daquela frase, de um discurso de Churchill, que diz que; “ ….nunca tantos deveram a tão poucos..” e, deixei-me ir,
á minha frente, sobravam muitos gestos para serem ainda executados.
Pensei: A gratidão tem este programa, simples
que permite ao tempo ficar quieto por instantes, isolando o fio do acaso, a
queda sem rede, o castigo de Deus, a ira dos homens para nos garantir, a nós, sonhadores
sonâmbulos, amantes sem amor e militantes trémulos de várias causas, que o
mundo é esta bênção, que nunca nos fará sentir abandonados e que somos os
autores memoráveis desta existência;
A gratidão não é uma rua, é o
Mundo, mesmo aquele em que eu ouvia o teu sono inquieto ao meu lado sem
nunca sonhar com medo, nesses momentos era
tomada pela sensação de improviso, de uma
viagem de ferias sem regresso.
Gratidão, ás lições que foram escritas em
guardanapos, aos livros que me fizeram
estar na pele de tantos personagens, não me deixando colar á realidade, que me conseguiram revoltar o espírito, até aprender dentro deles quase tudo. Que, não me
deixaram ficar intacta e me permitiram escrever. Quando falo
disto fico em silêncio.