“ A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento”
Florbela Espanca
Contraste fortuito que
parece um sarcasmo. È a Ironia. Sensível e refinada. Aparentemente valorizante,
serve para desvalorizar. Parece que nunca ninguém tem o que precisa. Quem faz
ironia, só tem uma intenção; desarmar pelos enunciados. Promete concretização
mas torna-se irresistível pela
idealização.
È, para quem quer amar a própria imagem. A
ironia é um narcisismo. Como; o professor Aschenbach, no filme; “Morte em Veneza “, quer
amar a sua própria imagem de beleza “…. aquele sorriso profundo… com o qual
abre os braços ao seu próprio reflexo”, através, de Tadzio, o seu objecto de desejo
por quem se apaixona. A atitude irónica, carece de um reportório, umas vezes para
o trágico, outras para o cómico e tem especial gosto em repelir a hipocrisia, eternizando uns
momentos e dissolvendo outros, porque louvar emoções não significa
reproduzi-las. Existe sempre o paradoxo da impossibilidade e foi assim que Aschenbach, morre ser ter Tadzio.
Ser
irónico, tem disciplina e tem vaidade; é um lugar” bem escolhido “, uma força de
atracção Irresistível, “.. um sorriso coquete, curioso e levemente atormentado,
louco e enlouquecedor…por vezes , um presente fatal” . Uma forma elegante de ser
mau.
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