quarta-feira, 22 de outubro de 2014

“ A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento”
 Florbela Espanca
 Contraste fortuito que parece um sarcasmo. È a Ironia. Sensível e refinada. Aparentemente valorizante, serve para desvalorizar. Parece que nunca ninguém tem o que precisa. Quem faz ironia, só tem uma intenção; desarmar pelos enunciados. Promete concretização mas torna-se  irresistível pela idealização. 
 È, para quem quer amar a própria imagem. A ironia é um narcisismo. Como; o professor  Aschenbach, no filme; “Morte em Veneza “, quer amar a sua própria imagem de beleza “…. aquele sorriso profundo… com o qual abre os braços ao seu próprio reflexo”,  através, de Tadzio, o seu objecto de desejo por quem se apaixona. A atitude irónica, carece de um reportório, umas vezes para o trágico, outras para o cómico e tem especial  gosto em repelir a hipocrisia, eternizando uns momentos e dissolvendo outros, porque louvar emoções não significa reproduzi-las. Existe sempre o paradoxo da impossibilidade e foi assim que  Aschenbach, morre ser ter Tadzio.
  Ser irónico, tem disciplina e tem vaidade; é um lugar” bem escolhido “, uma força de atracção Irresistível, “.. um sorriso coquete, curioso e levemente atormentado, louco e enlouquecedor…por vezes , um presente fatal” . Uma forma elegante de ser mau.

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