Diz-se que, Freud, quando foi
interrogado sobre o significado de fumar charuto respondeu que; “ Às vezes um charuto é apenas um
charuto” livre de desejos reprimidos. A mim, não me convence por completo. Tudo
no charuto me estimula a imaginação no sentido; do poder no masculino. Muito importante para me
relacionar. Mesmo sem estar perto dos homens neste momentos, absorvo esta
ideia, do tamanho, da fumaça, projectada do interior para o exterior, e isso
embala-me e tal como aos fumadores impede-me de vêr com nitidez o mundo á minha
volta. A atmosfera fica turva. Parece, uma meia verdade ou uma não verdade que
está ali para nós. Pronta a ser protagonizada. Segundo a psicanálise esta
ideia pode levar á construção do Alter
ego. Quem sabe.
Freud fumou charuto sempre, cerca
de vinte por dia, por isso sem charutos não teria havido psicanálise e ao
contrário das declarações que lhe atribuíram, um charuto vale por tudo, menos
por sí próprio. È evocativo de status social e autoridade paterna, um
verdadeiro ritual de iniciação. Uma ambição.
O charuto é uma recompensa ou um
alívio uma substância de lazer, um apetite físico e espiritual, um atributo hedonista.
Não é precário nem efémero, antes individualista, pelo desejo dominante. “Bebo
muito. Quase não durmo e fumo um charuto atrás do outro. É por isto que estou
duzentos por cento em boas condições físicas e mentais." (Winston Churchil)
Por curiosidade, a palavra
charuto deriva de cheroot, um tipo de charuto muito popular na era vitoriana. Muito
depois vem a história dos “ Cohiba” que começou com os charutos fumados por um
guarda costas de Fidel de Castro, que, ao notar o aroma que exalavam mandou doravante
produzi-los no mesmo local. A aparência fálica do charuto é tangível porque
testemunha a virilidade. Celebra a vida e pode até ser uma alternativa ao vazio
da existência. Diz-se que Pablo Picasso nasceu morto e Don Salvador, seu médico
soprou-lhe fumo de charuto na cara e este fez com que ele começasse a chorar.