domingo, 28 de dezembro de 2014


                                                        Ballet Mood































quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

 

Charlton Heston as Moses in " The ten commandments", drive-in theater,Utah,1958

 

 


 

Uploading (:D) the first 5 MByte hard disk to a PanAm plane, 1958


 

  The first international match at Wimbledon


 

Overly manly man Carl Akeley posed with the leopard he Killed  with his bare hands after it attacked him, 1896


 

The Beatles play for 18 people in the Aldershot Club, December 1961. They were become superstars in one and a half years time


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Audrey Hepburn shopping with her pet deer "Ip" in Beverly Hills, CA, 1958


 

A swimmobile in New YorK City, 1960


 

Che Guevara and Fidel Castro fishing, 1960


 

Canteen for Disney workers , 1961


 

The Prague Spring of 1968: Soviet soldier chasing young man who had thrown stones at a tank


 

Man Working at analog computer, 1968



    " Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo"

                                                         Malala

    
   

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

 

Test pilot George Aird - flying a English Electric lightning F1


 

 Russian Prime Minister Dmitry Medvedev as a young gentleman, 1986


 

 Moving a 7600 ton apartment building to create a boulevard in Alba lulia, Romania, 1987


 

Black officer protecting  KKK member  from  protesters, 1983

 

Transporting “ The Apple “, the first Indian Satélite , 1982


Jim Morrison

December, 8 - July 1971, American singer and songwriter best remembered as the lead vocalist of the Doors


sábado, 6 de dezembro de 2014

 
Factory workers race on the roof ( test track) of the Fiat Factory in Turin, Italy 1923

 

In the aftermath of the D-Day invasion,two boys watch from a tree as American Soldiers drive through the town of  St. Lo. France


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

 

                        The unbroken seal on Tutankahamun´s tomb, 1922

                                         ( 3, 245 years untouched)


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

 

 1976

 Due to strong crosswinds, a landing plane crashes with a truck standing near the runway

 

 

                                          High Way picnic during Oil crisis, 1973



 
 Late, 1970´s
A stripper visits the Trading floor of de Toronto Exchange
Sem  estabelecer um objectivo, preciso ou desejo de aceitação, a cultura da década de 70 vive uma subversão não coerciva dos costumes, plena de movimentos e factos  que ajudaram a enterrar definitivamente as ilusões da década de 60 e a abrir espaço ao crescente tom hedonista dos anos vindouros. Uma cultura agressiva e pragmática.
 


 
 Spielberg doing the first Indiana Jones 1980
Gosto pelos volumes, pela combinação de formas e cores extravagantes com o recurso a uma intensidade energética nunca vista. São, ao anos 80, herdeiros da crise do estado social. Pretende-se, também no cinema, improvisar crescimento e competitividade tal como nas restantes áreas da sociedade. O cinema,  tem a necessidade de apresentar exigência e superação no desempenho, para reflectir produtividade. E esta atitude é torna-se insuperável no estilo com recurso á reciclagem de géneros cinematográficos antigos. Estamos no Pós-Modernismo com tecnologia e massificação a proporcionar uma “volta ao Futuro “ a toda a gente.

sábado, 29 de novembro de 2014



“ eyes Wide Shut”
Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter, lançaram nos anos 90, a banda Daft PunK  para tocarem   em  trajes robóticos e com   sonoridades elecritizante.  Random Access Memories  foi o álbum que, em 2013 assinalou a musica Get Lucky,  em parceria com o musico Pharrell Willliam capaz de produzir um sucesso Mundial.  Produção PunK de efeitos visuais excêntricos e incorporados nos temas musicais. Sem que o publico lhes conheça o olhar.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

 

     Avenida Sonora
 Musicalidade e corporalidade, uma  experiência sensível  que se vive  em dois corpos  com  continuidade  de um no outro.
 O violoncelo é dedicado ao feminino pelo encaixe. Têm-se, uma experiencia musical plena de sensualidade. Entre pernas. Os instrumentos musicais podem também apropriar –se de  outras partes do corpo; podem ter braço, boca, língua desde que toquem uma  “ musica com forma de mulher ..” como disse Vinicius de Morais.
 Há mulheres, de vários instrumentos ;  mulheres guitarra , mulheres violão, mulheres violino , mulheres violoncelo , mulheres contra-baixo . A musica está para elas como o “ ponto de reunião de muitas vozes “. E que estas , deixem a tristeza á porta do seu corpo, para nada temerem, “ ….em busca de uma harmonia nova”.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

  Portugal visto por um  Trendsetter
Fora da promoção “ mainstream” do Turismo, e graças  a um trabalho de divulgação integrado, entre a internet e alguns elementos decisores da comunicação social internacional, Portugal ficou conhecido pela oferta de  lugares, cool, trendy, hipster com atractivos eclécticos que resultam num boom de visitantes a destinos como Lisboa e Porto e outros must.
 Um case  Study; é assim que  Portugal é actualmente visto pela Organização Mundial de Turismo apresentando um crescimento  de visitantes ao nível do dobro da média global. Portugal é hoje uma “ Audiência Turística”;  “um next big think”. Planetário.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

 
Desde 1984, uma revista, que esteve para o melhor da música e das várias manifestações estéticas das épocas que a precederam. Ensinou a geração de 80 a ser consumidora de uma cultura autónoma, através da música do cinema e do teatro. Abriu um espaço de democracia e liberdade sem submissão á cultura mainstream antecipando a atitude participativa dos chats da internet. Blitz é um motivo a coleccionar.




  
  It always seems impossible until it's done”

   Nelson Mandela

 Estes óculos foram colocados na marginal de Sea Point, na direcção de Robben  Island para que todos os olhares possam prestar o tributo a quase vinte anos de Democracia na Àfrica do Sul.

"…) Sem Mandela, e sem a sua bondade, o seu sacrifício e a sua insubmissão, a África do Sul teria sido um território de extermínio depois do apharteid, depois de ter sido o da crueldade durante o apharteid. Sem a sua grandeza moral, intelectual, política, metafísica, não haveria África do Sul, nem esta nem outra. Seria mais um Estado falhado, com uma guerra civil que se arrastaria até à exaustão dos guerreiros, muitos anos e muitos cadáveres mais tarde.(…)"

Clara Ferreira Alves

quinta-feira, 13 de novembro de 2014


Um modo inteligente de se tornar " rosa"
( oscar para curta de animação em 1964 )

domingo, 9 de novembro de 2014


 “ Viva lá Libertá “

 Egocêntrico, Casanova é uma personagem imortalizada a quem ninguém recusa, ou deve recusar a proposta. Uma áurea, mágica envolve uma vida de debochado,libertino, coleccionador de mulheres . As vezes escroque, mas sempre um conquistador empedernido. O que o move é uma raiva explosiva por um jogo de dissolução em figura romanesca.
 E livre, Casanova não tem melancolia, porque esta altera a nossa percepção, os nossos sentimentos e chega, para nos avisar. Os requintes da devassidão são para dar em quantia exacta e reanimam as próprias forças que o esmorecem, quando aparece alguém com temperatura positiva.
 Protagonizado por John Malkocich e filmado integralmente em Portugal, “ As Variações de Casanova”, têm muitas  memórias inebriadas de luxuria, diluídas pelas operas de Mozart. È possível que alguém ganhe. È provável que percam todos. E  “... neste  ascendente da virtude …beijam-se nas bocas e renova-se a homenagem”. ( in Justine, Marquês de Sade)

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

 

 

 “ Ageless”
Mafalda, tem  oito anos mas já ; “ recusa o mundo tal como ele é “ como a descreveu Umberto Eco em 1969. Esta heroína tem a produção de Quino, um Argentino,que através da personagem, constroí a imagem comportamental da classe média Argentina, em franca ascensão.  Em Portugal, chega em 1970, e, subitamente, põe-nos a conviver com as suas acertadas tiradas. Umas vezes, sobre a possibilidade de nos entendermos todos melhor,outras com a necessidade, de deixarmos de tratar mal o planeta.  Prima pela actualidade. Os perigos repetem-se nas sociedades e o mal estar existencial  assiste-nos, hoje, até mais do que na década de 70. Após 50 anos,  Mafalda, não perdeu a sátira. Podia continuar. Pois qualquer sociedade precisa de  imaginação e da vontade de recriar repetidos achados visuais que nos elevem da “ vida Habitual”.
 Agora, é ocasião, para uma edição comemorativa que celebra a sua obra integral. sempre com um humor sapiente  que dá a possibilidade de nos distanciarmos, das castas falsas e satisfeitas.   Que  estes personagens nunca se achem esgotados.

 

Charles de Gaulle, dizia que; o seu único rival em plano internacional era o Tim Tim.
Ter auto-ironia, ser corajoso e frontal e principalmente ir um pouco mais além da competência tecnocrática é sempre desejável no exercício de cargos públicos, principalmente porque levam á intervenção em estimável tempo útil. Há outras virtudes que podem fazer um bom político mas  não são tão boas.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014


 “ The Dreamers “

   Bernardo Bertolucci - 2003


  “Some men see things the way they are and ask ‘why’?

   Others dream of what’s never been and ask ‘why not’?”

    (Robert F. Kennedy)

Sabem, aquela definição da Droga, como substância magnetizante, estimulante, provocadora, inspiradora, eufórica e fascinante? No fundo, uma exposição generosa que percorre, sem vergonha, todas as nossas fantasias? Mais, a ideia de uma  curiosidade arrebatadora, por uma solução ilusória que não nos faça, temer a densidade e a impureza do “alimento”, mas sim a impureza da avidez ?
 Significa que, tudo, deve, ser explorado, através de experiências individuais, de consumos, que nos prometam euforia e satisfação, porque todos os objectos que consumimos não são conclusivos. E praticar isto, ás vezes, sem afectos, que, como dizia Léautaud; são, o  “amor dos mornos”.

 Para escapar, por momentos, á panóplia de decepções das várias decomposições da vida burguesa, da vida conjugal, dos costumes, da moralidade convencional e das suas transgressões na sociedade moderna e pós- moderna, é preciso viver uma inquietação, e uma instabilidade assistida, que propícia, “movimentos” sofisticados e polémicos com “ roteiros”, que esperamos, que nos tornem mais completos, por conseguirmos ir até onde ainda não tínhamos ido e tocar onde ainda não tínhamos tocado. È desta promessa de satisfação final, que se fazem  as grandes procuras.

 Devo muito, a alguns “ perigosos” e “elouquecidos” “babitantes”, de experiências ousadas, como por exemplo, o cinema de Bernard Bertolluci, ou Stanley Kubrik, que me criaram a necessidade de, privar com a “transgressão” versus “convenção”. Foi graças; a “ 1900” ; a “ La Luna”; ou á  “ Laranja Mecânica”,  que eu me lembro, de ter uma, experiência individual, arrogante e gélida, falsa e assistida por várias satisfações. E foi, pela mão, precisa destes comparsas e figurantes episódicos, que assinalam muita ambiguidade e invertem as questões, que eu por momentos entrei no mundo deles.

Por curiosidade. Por intensidade. Foi graças, a estas experiências, por mundos de memórias e contradições, de angustias breves e de majestosas epifanias, que eu me lembro, de ter outras vidas possíveis, sem destinos fixados. Tal como; "Lucy  in the Sky With diamonds”. Depois dos Beatles.

 

 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014




Brutti, Sporchi e Cattivi"

      Ettore Scola 1975
 
 Para, quem gosta, de rir da liberdade linguística e intimismo Freudiano, o cinema Italiano esteve lá. Ettore Scola,  tratou  em “ Brutti, Sporchi e Cattivi"  da questão entre relações do género, feminino e masculino com a mensagem que as mulheres, não devem alhear-se do seu papel de subjugação no mundo em que vivem, isto  num  contexto social  de divisão capitalista do trabalho em Italia. E, para apreciar,esta, atitude é preciso ter a vontade de encontrar o riso na desvinculação dos princípios morais da sexualização. Eu tenho.
 
 È preciso, não temer, o domínio que é atribuído ao homem pela divisão sexual do género, que, faz com que este seja um incorrigível, consumidor, do feminino enquanto a existência do mesmo possa servir a sua sobrevivência e suprimir as suas necessidades.
 Esta codificação social, em contexto, também é capaz de me arrancar o riso. Acredito que há muitos recursos de atitude que não estão desenhados para o feminino, mais,  os acessos desiguais, serão sempre, uma realidade em algumas matérias.

 Neste filme, foi preciso primar pela escassez da ética para manter o equilíbrio de poderes, ao mesmo tempo, que, foi dada muito pouca liberdade  aos intervenientes,  por forma a que a submissão, pudesse, ter, um ambiente de realização pleno de cinismo, de corrosão e de devassidão. Tudo, alimentado,  por um notável diferencial de expectativas entre comportamentos, feminino e masculino.

 Pela sugestão, de uma fantástica linguagem, esta sátira cinéfila, sem cosmética, nem rodeios, é arrebatadora. Brutti, Sporchi e Cattivi", tem um tom burlesco próprio para encenar um festival de atrocidades. E, com pouco espaço, para a criatividade, parece ser um derivado da lógica. Pessoa dizia, que; “ Nada que seja arte, resulta de uma aplicação da lógica”. Há excepções.

 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

“ A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento”
 Florbela Espanca
 Contraste fortuito que parece um sarcasmo. È a Ironia. Sensível e refinada. Aparentemente valorizante, serve para desvalorizar. Parece que nunca ninguém tem o que precisa. Quem faz ironia, só tem uma intenção; desarmar pelos enunciados. Promete concretização mas torna-se  irresistível pela idealização. 
 È, para quem quer amar a própria imagem. A ironia é um narcisismo. Como; o professor  Aschenbach, no filme; “Morte em Veneza “, quer amar a sua própria imagem de beleza “…. aquele sorriso profundo… com o qual abre os braços ao seu próprio reflexo”,  através, de Tadzio, o seu objecto de desejo por quem se apaixona. A atitude irónica, carece de um reportório, umas vezes para o trágico, outras para o cómico e tem especial  gosto em repelir a hipocrisia, eternizando uns momentos e dissolvendo outros, porque louvar emoções não significa reproduzi-las. Existe sempre o paradoxo da impossibilidade e foi assim que  Aschenbach, morre ser ter Tadzio.
  Ser irónico, tem disciplina e tem vaidade; é um lugar” bem escolhido “, uma força de atracção Irresistível, “.. um sorriso coquete, curioso e levemente atormentado, louco e enlouquecedor…por vezes , um presente fatal” . Uma forma elegante de ser mau.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

 


“o comprimento das coxas é a imagem metafórica do caminho, longo e fascinante (é por isso que as coxas devem ser longas) “
 Milan Kundera

 Lembrei-me, que Kundera voltou a escrever com vigor e criativo; “A festa da   insignificância”, fala do  riso e do erotismo  e deixa  alguma nostalgia por décadas em que “ o centro da sedução feminina”, estava nas “coxas, nas nádegas ou nos seios “. Foquei-me nos dois primeiros. A mulher, tem uma natureza, naturalmente erótica, e, ao seu erotismo corresponde uma narração e uma visualização que a torna desejável e interessante. Pode ser um gesto, meia frase, uma postura.

 Os libertinos, com maior, ou menor, moderação na linguagem e descrição nos gestos, vêm o erotismo associado a esta prática, com uma submissão aparente aos seus usos, para que se faça da estratégia do desejo um culto da vontade. Uma realização. E muito bem .Neste “savoir-vivre libertain”;  são os instintos a implicar o corpo e o  corpo a ser  percebido pela experiência da  linguagem. Até os heróis de Dostoievsky, bem longe, de tocar este drive lutam; “ pela liberdade e pela fantasia.
 Com alguma afectação, e sem pudor, o corpo toma-se como uma especialização de saber, porque, antes demais, no erotismo a obscenidade, é complexa e a fantasia, galante da grosseria é um apelo que temos dificuldade em definir. Tem demasiadas garantias ao contrário da “ coqueteria”. Dizia; Woody Allen que:  “ A pornografia é o erotismo dos outros”. Ou ao contrário. Depende da luz e se nos estamos mais ao perto ou mais ao longe.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014


“It Tastes Like yours but sweeter”

Este supermercado no Canadá, serve o propósito dos já conhecidos, mas para melhor. Forma  uma imagem, contada por produtos diferenciados e objectos atraentes, que nos fazem retirar mais benefício quando os compramos. Uma estética inseparável do quotidiano com design exclusivo e arrojado. Agrada-me esta superfície. Dizia Platão que: “ tudo o que é utíl para nós,deve ser belo”. Desde a Grécia que esta sinalização foi compreendida para ser aplicada, em algumas  sociedades,  a partir dos anos sessenta.

Esta experiência cultural, que é, comprar pressupõe um atitude diferenciadora, á semelhança   da diferença entre turista e viajante. Este consumidor coloca-se como atento, curioso, crítico, disponível para experimentar coisas novas. È sofisticado. E quando compra vive um momento perceptual de prazer. Daí a versão; ´” é igual ao teu mas mais doce".
 

"También somos lo que hemos perdido".

  ( in Amores Perros)

 A vivência fragmentada, brutal e inteligente é a que nos traz mais esperança. Sem lugares comuns a felicidade chega rude, intensa e repleta de energia. E, nas vidas anónimas encontram-se as mesmas coisas que não foram nas nossas vidas, mostra-se, a vulnerabilidade e complexidade da existência humana. Somos feitos também do que não conseguimos e isto não nos faz render, faz-nos entreter, cria vários momentos de avanços e retrocessos. De busca. Quem procura tem a coragem de se reinventar, de se desvincular para ter encontros que mudem para sempre as nossas vidas.

  El Chivo, personagem ( vagabundo ) do filme “ Amores Perros” foi feliz, a partir do dia em que resgatou )  cofi ( cão) para o tratar e curar, esta relação com o animal devolveu-lhe o afecto e o instinto que precisava para deixar de matar a soldo e voltar á família. Uma apaixonada decisão nos limites da liberdade e longe, muito longe, do murmurado ” quase me tocas”, ”quase te toco”. Na violência pode faltar muita coisa, menos um golpe de asa. Este filme lembra isso.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

 

“ Este tempo passou, embora seja o nosso…”

( Javier Marías ; “ Os Enamoramentos” )

Há coisas que demoram o seu tempo, e uma delas é a retoma de períodos históricos, de momentos de grandes mudanças, de preceitos, de cerimónias, de celebrações. Foi isto, que em parte se quis fazer nestes anos 2000.

 Para quem não sabia de nós, éramos, a geração da saúde e do culto do corpo, da economia próspera que assistiu ao atentado do word Trade Center. Do Pós –Modernismo e da Internet , tudo um “mix feelings” com uma grande nostalgia cultural, trazida pela globalização ás economias.  Uns dias, consumistas superficiais e outros ambientalistas e anti -globalizantes. Deu nisto, o revivalismo do sonho Americano já sem a geração beat, que vivia mais do  lirismo do que  do realismo.

 E, já sem “ Paz e amor” para dar,ficamos cada vez mais ácidos, das experiências da droga, da perda da inocência e do que nos foi exigido para erguer e protagonizar a  indelével  revolução sexual.   Inclui-se, nesta: a cultura gay, o movimento Punk , o transtorno de viver a geração Aids e ainda, todo o preconceito e intolerância de muitos envolvidos. Na altura, fomos hedonistas  e individualistas. Sem  compromissos. Era o Niilismo, com muitos “ super -Homens”, idealizados  pelo  cinema que  deram filmes de catástrofe. Pragmáticos e agressivos que protagonizaram  adultos mergulhados nas almas dos seus personagens. Nada de “ cinema teen”, como nos idos anos oitenta.

Vidas, só se aceitam sem constrangimentos, foi o “mainstreem”, até ao olhar do cinema independente americano que pega no mito do eterno retorno,  a alguma integridade perdida; essa contracultura sexual  que ficou lá atrás, refém da “ Paz e do  Amor” e deu no “ Shortbus”, que pode não ser, do melhor que o cinema  já viu,mas explora o desejo sexual de forma hedónica e bem humorada.

O que confunde, é que o sexo aparece como uma ultima tentativa de afecto, de preenchimento de vazio existencial , provocado em parte pela fragmentação da sociedade Ocidental.  E isto, pode ser muito da inocência que existe dentro de nós. Daquilo que nos faz realmente mover. È pueril. O erotismo perdeu espaço, e a líbido foi formatada e massacrada pela civilização, que deixa um prazer imediato e rarefeito. Só aparência, sem espaço para a memória e principalmente para a liberdade de viver o imaginário. È a solidão. O desprazer pós-sexo, por vezes um terror contemporâneo. Um gosto amargo, sem contraste do doce. Como diz o dono do clube shortbus; “ È como nos anos 60, mas com menos esperança”. E disse tudo.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

 
"não encontramos mais do que aquilo de que precisamos profundamente"
(Walter Gropius)
 Apesar, de permanentes ameaças e de castigos sem fim, Telavive, a; “Cidade Branca ”em Israel consegue manter um dos maiores espólios de arquitectura Bauhaus em todo o Mundo. A imagem Bauhaus, perpetua, o espírito da época dos anos vinte; uma atitude acelarada para festejar a vida.
 Após 1918, surge na alemanha a Staatliches-Bauhaus, um movimento que  influenciou a Europa e a América do Sul para fazer da obra do quotidiano, uma obra de arte. Uma diáspora arquitectónica e plástica a que aderiram aqueles que acreditavam em padrões de qualidade menos transitórios que as constantes mudanças da industrialização. Esta intervenção que prima pela anarquia da máquina e pelo sacrifício dos padrões “ reais “ de produção conduz á utilidade da ideia de “ belo” simplificada e de visual “ clean”, adoptado, hoje, por marcas, como a Apple.
Esta tensão “ orgânico-mecânica”, apologista de : “ less is more” teve os seus percursores;  Oscar Niemeyer que construíu Brasília, Van Der Rohe entre outros, bem como  Moholy –Nagy,  Klee, Sclemme através da pintura. Unidos pela ideia de disfrutar, diariamente, através das suas criações, da  “evidência  da  vida estética “ como uma “evidência da vida real”.
Construíram-se, assim, casas e edifícios para serem; “ maquinas de habitar” como define, Corbusier, vivendo uma conjugação perfeita entre arte e ciência. Na Bauhaus; (tua casa) disfruta-se, a “evidência da vida estética”, com tendências funcionalistas, que, pese embora, tenham sido em 1933 ameaçadas no  seu percurso pelo veto do regime Nazi ,  continuaram a ser conduzidas, por quem nunca, abdicou desta conquista arquitectónica repleta de liberdades, de avanços científicos e esplendor civilizacional. De conquistas.