What are days for?
Days are where we live ( Larkin)
A aptidão para continuar a viver a vida de todos
os dias depois de certas coisas acontecerem; o que é verdade, e o que é,
inevitavelmente ficcionado pelos limites da memória.
Vidas silenciosas ou apáticas, ás vezes
mastigadas, sem grande significado nas quais ponderamos se devemos entrar. Que
também podiam ser viagens insólitas com estadas em hoteís bafientos ou vários
reencontros de entusiasmo e raiva , sarcasmo e fúria, onde é possível que alguém ganhe ou percam
todos. Anos de silêncio e de bibliotecas
se ainda assim não existisse, nos nossos
olhares a curiosidade, para quem imagina uma boa história.
E, se houver tempo- porque tem de existir
tempo, para falar dos regressos , dos
fantasmas que se avistam á luz do dia, das coisas antigas, dos amantes e dos
loucos em fuga, dos enganados e dos espertalhões, do que divirte e do que
intriga, do que comove e da estranha gratidão; então nunca vai haver um fim.
O quotidiano, que nunca nos deixa morrer de
inutilidade, faz- nos recuperar a
própria vida que tinha ficado para trás. Histórias inventadas mas nem por isso
menos verdadeiras.