terça-feira, 16 de junho de 2015


 
What are days for?
Days are where we live ( Larkin)
 
A  aptidão para continuar a viver a vida de todos os dias depois de certas coisas acontecerem; o que é verdade, e o que é, inevitavelmente ficcionado pelos limites da memória.

 Vidas silenciosas ou apáticas, ás vezes mastigadas, sem grande significado nas quais ponderamos se devemos entrar. Que também podiam ser viagens insólitas com estadas em hoteís bafientos ou vários reencontros de entusiasmo e raiva , sarcasmo e fúria, onde é  possível que alguém ganhe ou percam todos.  Anos de silêncio e de bibliotecas se ainda assim  não existisse, nos nossos olhares a curiosidade, para quem imagina uma boa história.

 E, se houver tempo- porque tem de existir tempo, para  falar dos regressos , dos fantasmas que se avistam á luz do dia, das coisas antigas, dos amantes e dos loucos em fuga, dos enganados e dos espertalhões, do que divirte e do que intriga, do que comove e da estranha gratidão; então nunca vai haver um fim.

O  quotidiano, que nunca nos deixa morrer de inutilidade,  faz- nos recuperar a própria vida que tinha ficado para trás. Histórias inventadas mas nem por isso menos verdadeiras.





segunda-feira, 15 de junho de 2015

 
 

 
 

 While We´re young

( Noah Baumbach )

Logica invertida das tendências, dois momentos, que sonham cada um com o peso de ambos. Juventude e idade adulta. Os “ Kidults”; transformam a juventude num valor que pode ser conquistado em qualquer altura da vida pela adopção dos consumos e estilos de vida apropriados. Uma,  “ nova juventude “ dinâmica e criativa, capaz de se reinventar num mundo estável e risonho onde o tempo não conta. Esta estetização da vida pós –moderna, é, como,  se fosse um constante jogo de manipulação consentido, uma notável  sedução, cujo invólucro, não faz perder o sentido.

Dissolução do adulto; essa explicação social para uma fantasia tão desejada, em que nada se passa em absoluto, quer nos consumos, quer nos saberes. Valorização do pluralismo que quebra a autoridade. Fica de fora, quem não tem gosto pela mudança ou substituição. A vanguarda da cultura jovem, não está, para os funcionários da literatura ou outras matérias  do tipo que fazem professores rancorosos e académicos sonolentos. Sendo pessoas abertas, jovens e adultos transformam-se em categorias de consumos em áreas, capazes de gerar várias permutas entre ambos. A idade é um mecanismo poderoso independente da maturidade física e mental que movimenta  uma desafiante configuração social na qual a diferença de idades e a ideia de ciclos de vida parecem perder significado.  Jovens e adultos que se alternam, dentro de momentos.

A compreensão, da vida adulta tem muito de olhar na mesma direcção e cada  um ser capaz, de , sem arrivismo pronunciar o seu léxico com ar descontraído.” Love does not consist of gazing at each other, but in looking outward together in the same direction” (Antoine de Saint-Exupéry)