quarta-feira, 11 de março de 2015

 

Vida Habitual


“A sorte não existe. Aquilo a que chamais sorte é o cuidado com os pormenores “   
   (winston Churcill)
 Quem são os sortudos? Especialmente aqueles, que em tudo se podem considerar comuns, mas não são. Têm sorte. Andam sempre ao sabor de uma força sem  propósito e fazem a diferença. Estas pessoas, palavra a palavra resolvem equações de sucesso. Não é para todos. Felizmente conheço alguns.
  De facto ,há  horas em que só  queremos, algo que nos ajude a suportar o medíocre e sem pedir muito, estar em experiências em que todas as partes, tenham um pouco de talento. E já agora, que o saibam usar. No fundo, que sejam almas bem preparadas, para tudo. Que, até certo ponto, sejam capazes de abandonar os dados do excel ainda que seja só por momentos, que os seus territórios não vivam demasiado das suas essências, quando estas nada acrescentam. Que sejam antes, casos de estudo clássico, do que intermitentes leitores de rótulos. Que tenham vícios e virtudes. Num resquício de humor admito que não se consegue.
 Por isso, a sorte antes de mais, é ter na cabeça um “país” inventado, quando não existe a possibilidade de um simples encontro. Os desafortunados, são incapazes deste charme discreto. Mas isso são pormenores.

segunda-feira, 9 de março de 2015

 

  Piazza Navona                                         

A Itália, é mais que um  País ; é um lugar favorito , de viajantes cultos, amantes da musica dos versos, do ócio, e de mais consumos. E, com todos os preceitos,  continua  a ser uma promessa habitável,  onde se ocorre com naturalidade.  Um “ picolo piacere”, de fim de tarde.

sexta-feira, 6 de março de 2015

  

Marigold Hotel, 2012

(John Madeen )

 O Ocidente, esta população ruidosa e laboriosa que avança em direcção ás auto-estradas, está muito ocupada em fazer tudo, e em fazer tudo bem. Falo de nós. Da civilização Europeia e da sua marcha no sentido do Progresso. Quando li ; “ O último Homem da Torre “ do Aravind Adiga, um escritor que cresceu no Sul da India, relembrei que o exotismo é um passageiro que costuma viajar comigo.  E, com quem, muitas vezes, preciso de me sentar e deixar-me, seduzir por uma  galeria de tipos humanos, que têm um velho calendário com datas importantes assinaladas por círculos e marcadas pela caligrafia e que  raramente são substituídos no início do novo ano.

Esta magia, traz uma sedução que dissolve a diferença, vê-se, que, sem a angustia do Ocidente, a India é um dos países que tem, um encanto inesperado, um charme inebriante e revitalizador, a um ritmo que não teme envelhecer.
 Todos, querem tornar-se melhores, sem que isso signifique construír mais um prédio, com tijolos a serem içados, andaimes erguidos e operários emploleirados. Vive-se, no encontro com o imundo que é majestoso, com  a beleza que se acha  na destruição, em cidades e em  lugares  indispensáveis.
 As pessoas, preferem ser enriquecidas através do  alargamento da  área habitável da sua vida interior. Caótico e doce, problemático e fascinantes, pobre e feliz, tal como o “ Hotel Marigold”,  o exotismo não será vendido, não será alugado, não será renovado, mas antes, um lugar onde se pode deixar, uma chave esquecida na fechadura de um armário, que guarda apenas um velho Sari protegido das traças com bolas de cânfora.

quarta-feira, 4 de março de 2015

 

The soul that sees beauty


 

Tribalização, esse Glamour retraído

 Lembro-me dos dias, em que não havia na moda, esta pureza das formas e o desejo de uma identidade plural. Os motivos tribais, nem sempre tiveram o peso suficiente para se tornarem na imagem que conta. Hoje, são uma tendência, escolhidos, pela beleza e pelo mistério. Significa, que a moda tem  pessoas agrupadas por várias culturas sem fronteiras étnicas.
Para além da função utilitária, o território da moda, vive sobre outro tipo de comando que valoriza a interacção, participação e comunicação. Entre Tribos.

terça-feira, 3 de março de 2015

   

   Lisbeth Salander

Trazia a biografia na cara como se fosse uma folha de serviço que explicasse tudo, mesmo, a quem, não sabe ver. Era, uma expert no domínio de se intrometer, e, ás vezes usava o seu conhecimento para fins ilegais, imorais ou somente prejudiciais. Gostava de ultrapassar os limites do funcionamento com certas bizarrias atléticas.
 O corpo de Lisbeth Salander, era um objecto invasor, com a capacidade de provocar sensações comuns, mantendo a ameça, á ordem, na fronteira do convencional. Tinha uma figuração aproximada do virtual e oferecia a reinvenção do corpo, sem qualquer amputação, na perfeição e permanente. E, da memória do corpo, somos capazes de extrair todos os outros exageros. Do corpo desmedido, esse objecto de salvação.

segunda-feira, 2 de março de 2015

 
Os Freaks não sao herois de quem toda a gente passa a vida a falar, pelo contrário, até ficam muitos anos, com os posters e os livros encaixotados, como se a sua vida não passasse de um primeiro dia de eternos solteiros. Centram-se, no bizarro e não comungam da homogeneização.
 Estas pessoas são, um ;”Thinking out of the box”, e  pese embora, em  circuitos alternativos, são capazes de mexer com sentimentos eternos. Os Freaks, recebidos como;“malucos”, “inusitados”,ou “divertidos”, foram sempre, aceites, socialmente, em doses reduzidas, independentemnente da sua expressão. Contudo, desde o pós-guerra, nas sociedades Americanas ou Europeias que os Freaks, receberam elementos da cultura e renovaram-nos, acrescentaram-nos. Este recurso, á abstração, é um mecanismo de adaptação e um exemplo de que a cultura não deve transportar conformismos. Pelo contrário, deve criar espaços de visibilidade.
A cultura Freak faz isto conscientemente, surge como,  uma extensão da boémia” beat” que levou mais além, o que foi eclipsado pela cultura” hippie”. O Freak, hoje em dia, representa, quem, está fora da média, e faz, por isso, uma fenda no mundo mainstream. Quando,  Frank Zappa falava dos “Freak” e dos” Freak Out”, era de um conjunto de pessoas que não devem permanecer numa exclusão consentida. Shakespeare, ensina-nos que algumas pessoas nascem grandes. Há muitos Freaks.