Hungry artist
in Nairobi, story teller of Africa city
“ things may come to these who wait. But only the
things left by those who hustle"
( Abraham Lincoln)
Em Nairobi, falaram-me da atitude ” hustling” desta cidade. Pensei, no contraste, com a
definição romântica de Nairobi no dialecto Maasai; “ Enkare Nyrobi”; que significa ; “ lugar de Àguas frias “. De
facto, de frio, não tinha encontrado sinal , até então, nem na temperatura nem no resto do clima que
se vive. Faltava-me, talvez, esta expressão. Da colonização, sabe-se, que se
viveram, protestos mais ou menos organizados contra o império Britânico e, que,
depois da Independência em 1963, o Quénia continuou a ser uma nação,
em desassossego, pela constante
aceleração para o progresso.
Atravessar, num dia, a cidade de Nairobi,
é uma jornada com dureza. Nairobi, transpira, pressão por todos os poros.
Claramente, um “modus vivendi “ que incita a competir. Em Mombaça, vim a
sentir o mesmo; de espírito irrequieto, o Africano é tomado por uma vontade
própria que teima em conseguir, atingir os seus fins. Temos a sensação, que estas pessoas não
conseguem parar os seus próprios movimentos de tanta actividade, estão num
constante trânsito sem saber se chegarão a fazer o que se propuseram para
aquele dia. O tempo, aqui, não é vivido em contínuo, antes, repartido em
retalhos que cada um vai agarrando conforme pode, gerindo incontáveis constrangimentos
até completar o mais simples do gestos, a acção menos complexa, sempre na logica de atingir o seu fim.
È, como se existisse, um apelo constante,
gerido, por uma força, superior, capaz de garantir nas pessoas um incitamento
inesgotável de ir direito ás coisas. Refém de um futuro imediato, o Queniano
responde a objectivos diários, de progresso e crescimento, pelo quais se sente directamente responsabilizado .
No Quénia, somos tomados, por uma
nação que vive em constante competição
para garantir a sobrevivência. Com esta atitude
“hustle”, mesmo sendo descontrolado e
desgovernado, este modelo não permite que se deixe nada para trás, para os
outros agarrarem. Talvez por isso a palavra Safari em swahili também sirva para
designar qualquer tipo de viagem, numa cidade , onde não nunca se pode esperar
para ter as coisas ; Nairobi.