A Doris Day
(“ In Caprice “ , 1967 )
A única
diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho
dura um pouco mais..."Oscar Wilde
Chegou meia hora depois de mim, a
espera serenou-me ao ponto de considerar que o nosso encontro não estaria
condenado ao malogro. Doris, com todos os enredos de glória e êxito dos seus
caprichos, dava a entender, que, ninguém lhe podia amarrotar a roupa. Vivia
este frenesim, hedonista e inconcebível. Instruía, que, a qualquer momento, lhe
poderia chegar uma nova necessidade para satisfazer. Na linha da superfície o
capricho deixava –a, preenchida, como se
fosse um som com risos. Via a ausência, como estupida e mítica. Sem peso.
Doris, adorava caprichos.
Sabia que estes, valem a pena pela, esterilidade que provocam, em todos os esforços para os demover. Submetem-se,
antes a uma vontade régia. Doris, dos preços especiais baseados na suposta
assiduidade, das olhadelas dirigidas a tudo
o que deve ter uma aura suave, do que, permanece invisível, do que, deve
aguardar pelo sinal afirmativo, do tanto que procura, do vagamente adulterino.
Estes destinos, abstractos em que
todos os objectos e vontades são únicos não têm fim. Há, quem tome isto por uma
carreira de mérito, e gosta de contar aos outros os seus instantes “on the
top”. Foi o nosso encontro. Doris cintilante.