“Que fazemos,
Lisboa, os dois, aqui,
na terra onde nasceste e eu nasci? “
(Alexandre O'Neill, in 'De Ombro na Ombreira')
na terra onde nasceste e eu nasci? “
(Alexandre O'Neill, in 'De Ombro na Ombreira')
Começo. Transbordante de melancolia,
há dias, que ainda preciso mais de Lisboa, penso, que a vida, que tenho aqui,
não é só minha, conto muitos passageiros que costumam viajar comigo. Elegante e
sublime, Lisboa , provoca-me impulsos de latitude infinita. A ideia que não sou
romântica, perde-se.
Lisboa, sem barreiras, hedonista e secular,
biblíca e crente, como, todos os lugares sem medo, ainda consegue ter mais
daquilo que eu gosto; a ironia, a atenção, o humor e a vaidade. Lisboa é como se fosse um professor, que tem
sempre qualquer coisa que admiramos.
Lisboa dos cafés, das groselhas na esplanada.
Dos, que me chamam e não evito. Do casarão de paredes severas, deixado ás
outras infâncias que se seguiram. Dos testemunhos das mulheres ás Janelas,
banhadas de luz. Das celebridades espontâneas e da acumulação de trivialidades
deliciosas. Dos que me fizeram a memória. Do que foi omisso. Da pobreza
espessa. Dos instantes de solidão. Das Felicidades. Do que recordo, e uma
recordação não basta ser exacta, é preciso ser feliz. Colecciono Lisboa
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