quinta-feira, 20 de agosto de 2015

 

                          “Que fazemos, Lisboa, os dois, aqui,
                           na terra onde nasceste e eu nasci? “
                  (Alexandre O'Neill, in 'De Ombro na Ombreira')

Começo. Transbordante de melancolia, há dias, que ainda preciso mais de Lisboa, penso, que a vida, que tenho aqui, não é só minha, conto muitos passageiros que costumam viajar comigo. Elegante e sublime, Lisboa , provoca-me impulsos de latitude infinita. A ideia que não sou romântica, perde-se.

Lisboa, sem barreiras, hedonista e secular, biblíca e crente, como, todos os lugares sem medo, ainda consegue ter mais daquilo que eu gosto; a ironia, a atenção, o humor e a vaidade.  Lisboa é como se fosse um professor, que tem sempre qualquer coisa que admiramos.

 Lisboa dos cafés, das groselhas na esplanada. Dos, que me chamam e não evito. Do casarão de paredes severas, deixado ás outras infâncias que se seguiram. Dos testemunhos das mulheres ás Janelas, banhadas de luz. Das celebridades espontâneas e da acumulação de trivialidades deliciosas. Dos que me fizeram a memória. Do que foi omisso. Da pobreza espessa. Dos instantes de solidão. Das Felicidades. Do que recordo, e uma recordação não basta ser exacta, é preciso ser feliz. Colecciono Lisboa


Sem comentários:

Enviar um comentário