sexta-feira, 21 de agosto de 2015

 

Meredith  Levov


 Poucas vezes, me preocupei com o futuro, preocupei-me mais em estar sempre alegre. Poucos gritos e menos precipitações da janela. Acredito, que não se devem repetir os sons que não têm finalidade. Acho a beleza obscenamente suportável e a inteligência a maior das diversões.

 Tenho várias idades. Acho-me sempre longe do fim, como no dia em que aprendi a largar os pudores da juventude, e como qualquer coração que se aperta tenho o raciocínio e o que sinto.  Gosto de pensar grande. Adoro o mundo.

 Preparo-me, para a dor física, para o que possa afectar a vitalidade, principalmente    quando não é  passageira.  Mas, sei esquecer as primeiras dores, e gosto de me rodear de quem fez esta aprendizagem de egoísmo. Estive lá. Antes de escrever, aprendi que o corpo é o que está mais perto da alma. E que,  isto não se encomenda.

 Abdico de falsas afeições, não passam de taças repletas de amargura, não padeço de nenhum mal   estar mortífero. E , aborrece-se a visão de límpidas e simples vidas respeitáveis, com espaço e calma, ordem e optimismo. Sou uma mulher com uma necessidade humana de   desafiar, de demolir , de opor e separar.  Sem querer tudo, quero as coisas que se sucedem. Posso até, não ser inocente mas conservo  a atitude pueril de projectar o paraíso.
 Não quero, a compreensão, porque essa nada tem a vêr com vida. Não compreender é que é a  vida. Não me dês a experiência da costa quando posso ter o mar, os deleites da cobardia quando posso ser maior que a própria vida, a aldeia se posso ter o mundo, e, o sorriso, se posso ser a gargalhada. Falo disto, muitas vezes, com o louco guerreiro que há em mim. Não sou a melhor.

 


Sem comentários:

Enviar um comentário