“Have less. Do more”
Continuará, a haver sempre, uma serie de males, para manter vivas as
virtudes do homem, um deles é encontrarmos uma vida menos vasta que os nossos
projectos e mais enevoada, que os nossos sonhos. Contudo, nunca se esteve, tão
perto, como agora, de encontrar o equilíbrio necessário, entra a distância e a
intimidade com as coisas. Há, uma necessidade de reduzir espontaneamente as
formas. Não se trata de austeridade, concisa e rápida, mas sim de uma
governabilidade, mais espiritual, que tenha, como base de expressão poucos
elementos fundamentais. E, fundamental é mesmo assim; o quanto basta, para retirar mais.
Ainda me lembro, e sem desprezo,
da geração “ beautiful people”, vinda da transição entre velhas e novas burguesias,
cheias de “representação”. E, por mais que, o tal, jogo de espelhos ampliasse, o molhe de chaves
pousado na mesa do telefone com a cabeça de couro e as múltiplas pernas em
metal, ou o jarrão de cerâmica com flores, ou ainda o material sintético da
alcatifa, estas criaturas míticas, só serviram para lembrar , a brevidade e a
transição. São representações directas, mais ou menos firmes, com ar de
espectáculos públicos a fazerem parte do cortejo que dura menos tempo.
Deste
velho, “edifício” que serviu para transformar,
tudo na vida , só para que, tudo fosse, materialmente possível, resta pouco. As
novas “arquitecturas”, pessoais e sociais são projectos mais silenciosos, com redução formal. São,
essências, que se, deixam transportar,
até um destino “fabuloso”. Talvez por isso , o que não fomos até agora, seja
ainda , o que melhor nos define. Como Amélie.
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