segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

 

“Have less. Do more”

  Continuará, a haver sempre, uma serie de males, para manter vivas as virtudes do homem, um deles é encontrarmos uma vida menos vasta que os nossos projectos e mais enevoada, que os nossos sonhos. Contudo, nunca se esteve, tão perto, como agora, de encontrar o equilíbrio necessário, entra a distância e a intimidade com as coisas. Há, uma necessidade de reduzir espontaneamente as formas. Não se trata de austeridade, concisa e rápida, mas sim de uma governabilidade, mais espiritual, que tenha, como base de expressão poucos elementos fundamentais. E, fundamental é mesmo assim; o quanto  basta, para retirar mais.

Ainda me lembro, e sem desprezo, da geração “ beautiful people”, vinda da transição entre velhas e novas burguesias, cheias de “representação”. E, por mais que, o tal,  jogo de espelhos ampliasse, o molhe de chaves pousado na mesa do telefone com a cabeça de couro e as múltiplas pernas em metal, ou o jarrão de cerâmica com flores, ou ainda o material sintético da alcatifa, estas criaturas míticas, só serviram para lembrar , a brevidade e a transição. São representações directas, mais ou menos firmes, com ar de espectáculos públicos a fazerem parte do cortejo que dura menos tempo.

  Deste velho, “edifício” que serviu para  transformar, tudo na vida , só para que, tudo fosse, materialmente possível, resta pouco. As novas “arquitecturas”, pessoais e sociais são projectos mais silenciosos, com redução formal. São, essências, que se,  deixam transportar, até um destino “fabuloso”. Talvez por isso , o que não fomos até agora, seja ainda , o que melhor nos define. Como Amélie.

 


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