quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015



 
 

Era inevitável”. Florentino e Firmina Daza, não se tinham cumprindo até então, na verdade não se tinham esgotado. Foi por isso, que o tempo de serem jovens se prolongou apesar de todos os artifícios do passado.
 As primeiras coisas, se nos ficam, gostamos de as viver, através de um tempo distorcido, até mesmo através de outros, como se mergulhassemos,  na penumbra, do que deixou de ser urgente. Florentino, quis, recordar o destino dos amores contrariados, ás vezes, fazendo turnos mas, sem nunca se deixar atenuar. E sabia que, o que o contrariava  só trazia os factos como eles são; um bocado de trabalho duro e mal pago e a Firmina a interdição a comportamentos impetuosos.
 Florentino, acreditava que o que se faz sozinho, não tem magia, não tem influências, por isso precisou  de  Firmina e foi buscar esse pedaço de prosa que havia guardado na memória e que tanto plagiou, até  somar  “…  51 anos, nove meses e 4 dias “ de procura. Esta procura, foi uma experiência , singularmente certa, uma promessa de futuro  que ganhou a todas  as  necessidades do momento, e , por muito tentadoras que estas tivessem sido, não chegaram tão longe.
 Não basta nascer no lugar, é preciso transformar o lugar. Arranjar, maneira de entregar a carta e deixar que esta floresça alguma coisa no espaço dessa memória. E, o mérito de quem a recebe, é levar-nos á letra e ser capaz de duvidar que essas tenham sido as ultimas palavras. E este foi, talvez, o mais difícil triunfo de Florentino; esse “ caçador” solitário.

Sem comentários:

Enviar um comentário