quinta-feira, 5 de junho de 2014

“Tudo aquilo que gostas é ilegal, imoral ou da nova colecção”


 
“Tudo aquilo que gostas é ilegal, imoral ou da nova colecção”

Preparava-me para escrever sobre isto, o mais possível fora dos costumes. Adorei a frase e precisava de um amador desta ideia para meu cúmplice. Lembrei-me, desta declaração de Churchill e abracei-a para começar; "nenhum grande país foi salvo por homens bons, porque os homens bons não vão até onde é preciso ir". Ou seja, não gostam tanto assim. Não podia estar mais de acordo.
E com isto, arruma-se com o preceito da ilegalidade e imoralidade, do acto jurídico, e outras insípidas narrações que só são funcionais para aqueles que não passam de estátuas ambulantes do desprezo pelas suas vidas. A ideia de Ilegal , imoral ou da nova colecção têm um denominador comum que lhes assiste; serem gostáveis. Porquê? Pelo hipotético, pelo ludíco, pelo irónico, pelo cinismo e pela omissão, ou seja pelo ambíguo em vez do claro. E têm uma exigência; o resgate a essas razões. Sempre. Gostar, para ser capaz de gerir as zonas cinzentas, correr riscos, quer pela intangibilidade quer pela obscenidade ou imperfeição, tudo isto sem ser raso, nem vulnerável á infelicidade.
Ganhamos sempre em gostar e por excesso se for preciso. Gostar enriquece a existência e o imaginário. Vai mais longe. E o mais apetecível é ficar na véspera, de nunca partir desta capacidade de reproduzir convidativas imoralidades, ilegalidades e claro usar e abusar das “novas colecções”; esses passatempos de luxos funcionais, só porque se gosta.Tudo isto, são ideias gostáveis, com assombro para uns ou ultraje para outros. O que se gosta, pode estar ainda por viver e note-se, pode sempre ser mais interessantes do que o anterior. E isso basta para ficar disposto a correr o risco.

 

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