Doutor
Mundinho
Antes
de falar, o Chico esperto, tem sempre qualquer coisa para dizer. Um massacre
disparado na direcção de todos os involuntários interlocutores, com que esta
casta arrogante e gélida, falsa e satisfeita se cruza. O, Chico esperto, padece
da aversão renhida dos pobres ao silêncio. Parte do, sucesso destas
personalidades de fachada, assenta na rapidez, na falácia e no espalhafato. No
sufoco da sua sabedoria.
Nem chegam, a ser a mistura de lirismo e
esperteza, porque vem logo a espessura do problema que é, quando, está em pleno
activo. Nunca me agradou o ” tema “, nos Chicos espertos. Incapazes, de me
tornar, e de me deixar ávida, nunca me sinto, tão pouco ambiciosa com alguém,
como, quando estou, na presença destas, estátuas ambulantes do desprezo pelo
bom gosto e por um comportamento dignamente apreciável que vá além da competência
tecnocrática. Uns mais do que outros, mas quem não se deparou já, com a comédia da sua, permanência, em lugares que
querendo só seus , não obedecem, não abdicam, não dão licença. Não cedem
naquilo que é arrogam ser só seu. Por conquista, claro.
Aparentemente
estas pessoas alegam ter humor e boa disposição o que é falso. O que existe é
uma desinibição e bondade ineficazes a que o humor não pode sobreviver. Um
ressentimento expresso em segredo; “ressentiment" como se refere a
Sociologia Francesa que nos faz sempre sentir a violência humana que
transportam.
A
esperteza do chico esperto, é como tricotar com as agulhas erradas, consegue
fazer-se, mas não é durante muito tempo e a roupa fica aquém do que se quer.
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