Marigold Hotel, 2012
(John Madeen )
O Ocidente, esta população ruidosa e laboriosa
que avança em direcção ás auto-estradas, está muito ocupada em fazer tudo, e em
fazer tudo bem. Falo de nós. Da civilização Europeia e da sua marcha no sentido
do Progresso. Quando li ; “ O último Homem da Torre “ do Aravind Adiga, um
escritor que cresceu no Sul da India, relembrei que o exotismo é um passageiro
que costuma viajar comigo. E, com quem,
muitas vezes, preciso de me sentar e deixar-me, seduzir por uma galeria de tipos humanos, que têm um velho
calendário com datas importantes assinaladas por círculos e marcadas pela
caligrafia e que raramente são
substituídos no início do novo ano.
Esta magia, traz uma
sedução que dissolve a diferença, vê-se, que, sem a angustia do Ocidente, a
India é um dos países que tem, um encanto inesperado, um charme inebriante e
revitalizador, a um ritmo que não teme envelhecer.
Todos, querem tornar-se melhores, sem que isso signifique construír mais
um prédio, com tijolos a serem içados, andaimes erguidos e operários
emploleirados. Vive-se, no encontro com o imundo que é majestoso, com a beleza que se acha na destruição, em cidades e em lugares indispensáveis.
As pessoas, preferem
ser enriquecidas através do alargamento
da área habitável da sua vida interior.
Caótico e doce, problemático e fascinantes, pobre e feliz, tal como o “ Hotel
Marigold”, o exotismo não será vendido,
não será alugado, não será renovado, mas antes, um lugar onde se pode deixar,
uma chave esquecida na fechadura de um armário, que guarda apenas um velho Sari
protegido das traças com bolas de cânfora.
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