sexta-feira, 6 de março de 2015

  

Marigold Hotel, 2012

(John Madeen )

 O Ocidente, esta população ruidosa e laboriosa que avança em direcção ás auto-estradas, está muito ocupada em fazer tudo, e em fazer tudo bem. Falo de nós. Da civilização Europeia e da sua marcha no sentido do Progresso. Quando li ; “ O último Homem da Torre “ do Aravind Adiga, um escritor que cresceu no Sul da India, relembrei que o exotismo é um passageiro que costuma viajar comigo.  E, com quem, muitas vezes, preciso de me sentar e deixar-me, seduzir por uma  galeria de tipos humanos, que têm um velho calendário com datas importantes assinaladas por círculos e marcadas pela caligrafia e que  raramente são substituídos no início do novo ano.

Esta magia, traz uma sedução que dissolve a diferença, vê-se, que, sem a angustia do Ocidente, a India é um dos países que tem, um encanto inesperado, um charme inebriante e revitalizador, a um ritmo que não teme envelhecer.
 Todos, querem tornar-se melhores, sem que isso signifique construír mais um prédio, com tijolos a serem içados, andaimes erguidos e operários emploleirados. Vive-se, no encontro com o imundo que é majestoso, com  a beleza que se acha  na destruição, em cidades e em  lugares  indispensáveis.
 As pessoas, preferem ser enriquecidas através do  alargamento da  área habitável da sua vida interior. Caótico e doce, problemático e fascinantes, pobre e feliz, tal como o “ Hotel Marigold”,  o exotismo não será vendido, não será alugado, não será renovado, mas antes, um lugar onde se pode deixar, uma chave esquecida na fechadura de um armário, que guarda apenas um velho Sari protegido das traças com bolas de cânfora.

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