sábado, 9 de maio de 2015


     Hungry artist in Nairobi, story  teller of Africa city
   “ things  may come to these who wait. But only the things left by those who hustle"
    ( Abraham Lincoln)
Em Nairobi, falaram-me da  atitude ” hustling”  desta cidade. Pensei, no contraste, com a definição romântica de Nairobi no dialecto Maasai; “ Enkare Nyrobi”;  que  significa ; “ lugar de Àguas frias “. De facto, de frio, não tinha encontrado sinal , até então,  nem na temperatura nem no resto do clima que se vive. Faltava-me, talvez, esta expressão. Da colonização, sabe-se, que se viveram, protestos mais ou menos organizados contra o império Britânico e, que,  depois da Independência  em 1963, o Quénia continuou a ser uma nação, em desassossego, pela constante  aceleração para o progresso.

Atravessar, num dia, a cidade de Nairobi, é uma jornada com dureza. Nairobi, transpira, pressão por todos os poros. Claramente,  um  “modus vivendi “  que incita a competir. Em Mombaça, vim a sentir o mesmo; de espírito irrequieto, o Africano é tomado por uma vontade própria que teima em conseguir, atingir os seus fins.  Temos a sensação, que estas pessoas não conseguem parar os seus próprios movimentos de tanta actividade, estão num constante trânsito sem saber se chegarão a fazer o que se propuseram para aquele dia. O tempo, aqui, não é vivido em contínuo, antes, repartido em retalhos que cada um vai agarrando conforme pode, gerindo incontáveis constrangimentos até completar o mais simples do gestos, a acção menos complexa,  sempre na logica de atingir o seu fim.

 È, como se existisse, um apelo constante, gerido, por uma força, superior, capaz de garantir nas pessoas um incitamento inesgotável de ir direito ás coisas. Refém de um futuro imediato, o Queniano responde a objectivos diários, de progresso e crescimento, pelo quais se sente  directamente responsabilizado . 

No Quénia, somos tomados, por uma  nação que vive em constante competição para garantir a sobrevivência. Com esta  atitude “hustle”,  mesmo sendo descontrolado e desgovernado, este modelo não permite que se deixe nada para trás, para os outros agarrarem. Talvez por isso a palavra Safari em swahili também sirva para designar qualquer tipo de viagem, numa cidade , onde não nunca se pode esperar para ter as coisas ;  Nairobi.

 

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