Género sem vergonha, divertimento pela morte e um tributo ao
extravagante. Tudo é crime e enigma. A Literatura Policial, convida a mergulhar
no espaço da morte. È hoje, uma consagrada
escrita, sobre a vida e tem uma ordem narrativa definida. Melhor se experimentada em ambiente
intimista.
A marginalidade, e o” bas-fond”, social do romance policial
noir, têm rudeza mas também têm encanto. Pela marginalidade, pelo sarcasmo, que
resulta eficiente, pela crítica ás estruturas e principalmente, pela ausência
de verdades conclusivas e inquestionáveis. Ao contrário da Literatura Policial
Clássica, que quer resultados a cima de qualquer suspeita, através do recurso
ao método ciêntifico e á lógica dedutiva do detective Sherlock Holmes, a visão
“noir”, tem personagens mais humanizados.
Os detectives, nestas
histórias, bebem, brigam, envolvem-se, em
romances e sexo. São homens. Por vezes, á beira do fracasso, duros,
violentos, corroídos pelo tempo e pelas
desventuras da profissão, mas mantêm o
charme e uma enorme capacidade de tomar para sí o controle da situação, por
mais adversa que seja. S Por isto, afastam-se da Literatura Policial clássica
de Londres, para viverem mais os seus defeitos , que qualidades. O “noir” na literatura e no cinema Policial,
viveu do contexto da alfabetização dos EUA no pós primeira guerra, e da popularização
da imprensa publicada no formato de
contos em revistas baratas. Estes personagens, chamados de “ Hard boiled “ são
sucesso garantido em sociedades, que tinham a figura masculina como mola
propulsora para o progresso. Protagonizam uma uma obstinação romântica pela
justiça, incorruptíveis (nem sempre), sem uma formação erudita, mas
pragmáticos, com experiência adquirida nas ruas.
Nesta fotografia “policial noir”, de cenário urbano e muito filmado á
noite, encaixa na perfeição a figura da mulher fatal com nuances que vão desde
a inocência ao puro maquiavelismo e são muito o fio condutor destas histórias. Como diria, o
Pedro Mexia, tratam-se, de mulheres, “
Average Botticelli”, com variações mínimas sobre a graça e altivez doce num
meio sorriso, num meio enigma”. Uma arte simples de matar que não aconteceu, em Baker Street de Sherlock Holmes.
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